O uso excessivo das mídias digitais e os riscos gerados às crianças

A falta de controle no consumo das tecnologias pode causar uma série de danos físicos e mentais nas crianças

 

Riscos à exposição demasiada às mídias digitais é tema de debate (Créditos: Unplash)

Com a pandemia do coronavírus, o tempo de exposição às mídias digitais, tais como o computador ou celular, apenas aumentaram. Enquanto os adultos naturalmente possuem mais facilidade para regrar sua rotina e controlar o tempo de uso das diversas telas, as crianças não possuem essa mesma capacidade, e o maior tempo em casa gerado pelo isolamento social pode influenciá-las negativamente neste aspecto.

 

Mas de que forma devemos instruir as crianças a melhorarem suas práticas no uso das tecnologias? Para a psicóloga do Espaço Saúde do Clube Recreativo Juvenil, Lucimara Gebert, quando se trata de crianças mais novas, a solução deve ser o supervisionamento do tempo e conteúdo consumido por parte dos pais, mesmo que isso resulte em teimosia e choro. “Apesar dessa questão não ser fácil, ainda é uma coisa mais simples de lidar enquanto eles são pequenos do que lidar com uma dependência ou compulsão quando isso já está instalado”, indica a profissional. Quando se trata das crianças com um pouco mais de idade, devido ao melhor desenvolvimento da noção de tempo, fica mais fácil realizar combinados, como a redução do uso das tecnologias durante a semana e uma maior liberação aos finais de semana, por exemplo.

 

O consumo exagerado das mídias pode ocasionar em diversos malefícios às crianças, tais como a queda do rendimento escolar, maior dificuldade para dormir, aumento da ansiedade, prejuízo da criatividade, entre outros. “Também temos prejuízos em questões físicas, como dores musculares devido a postura, aumento de peso pela falta de atividades físicas e irritação nos olhos”, completa. Lucimara ainda aponta para estudos que vêm comprovando o dano de algumas partes do cérebro que o uso prolongado das telas pode causar. “Este uso vai estimulando mais as áreas ligadas a região que tem relação com a sensação de prazer. Aí as outras áreas, que também são importantes para o desenvolvimento infantil, vão ficando menos estimuladas”, indica Lucimara.

 

Conforme a psicóloga, mesmo em um momento em que as telas ganharam mais importância e destaque na rotina diária, deve-se estar alerta para que os meios eletrônicos não sejam uma substituição, e sim uma extensão do convívio. “Acho que controlar o tempo da exposição, ao invés de proibir, é um recurso que vai ajudar mais. E oferecer para as crianças outros estímulos que as divirtam, como jogos, atividades ao ar livre, interação com a família, passeios”. A profissional do Espaço Saúde ainda comenta que o diálogo dos pais com os filhos sobre os benefícios e riscos das tecnologias deve ser aberto desde cedo, para uma construção do que é bom e nocivo junto às crianças. Como resultado, a criança pode ir tendo maturidade para lidar com essas questões sozinha, conforme ela vai tendo condições. “Já para as crianças menores, a supervisão dos adultos é o melhor filtro, pois elas ainda não tem maturidade e autonomia para lidar com essas questões”, completa.

 

Espaço Saúde

 

Todas as terças-feiras, das 16h às 19h, Lucimara Gebert realiza consultas no Espaço Saúde do Clube Juvenil. Elas podem ser agendadas na secretaria da entidade, localizada na Sede Social juvenilista, pelo valor de R$ 45,00 por sessão. As sessões são exclusivas para sócios. Para mais informações, o telefone da secretaria do Juvenil é o (54) 3313-4836.